Não é novidade para ninguém que tenho fascínio por capitais de países.
Quando estava programando a viagem para o Salar de Uyuni – Bolívia, pesquisei por onde seria mais prático e cômodo chegar até lá. Li que indo para La Paz, poderia fugir do transporte terrestre, tão precário e perigoso na Bolívia. Greves, estradas ruins e ônibus estragando foram o que me fizeram eleger o avião como meu meio de transporte no país. Por essas razões, incluí La Paz no meu roteiro. Além de ter a curiosidade de conhecer, seria o jeito mais fácil e rápido de chegar a Uyuni.
IDIOMA: espanhol.
MOEDA: peso boliviano (BOL).
CÂMBIO: R$1 = $2 pesos bolivianos.
PERÍODO DA VIAGEM: 11 à 14 de abril de 2017 – verão.
INTERNET: chip da @easysim4u. Único que pega em mais de 140 países e já chega ao seu destino conectado com internet 4G.
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1º dia – IDA PARA LA PAZ:
Saímos do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek – Brasília (BSB) bem cedo, já que nosso voo para La Paz sairia do Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos (GRU). Às 14:15 partimos de Guarulhos em um voo da cia aérea BoA que fazia uma conexão rápida no Aeroporto Internacional Jorge Wilstermann (CBB) em Cochabamba – Bolívia, onde passamos pela imigração e já carimbaram nossos passaportes na Aduana. Pegamos outro voo e menos de 1 hora depois, chegamos à La Paz. Na época que fui, a capital boliviana tinha 2 horas a menos que Brasília, mas agora que o horário de verão já acabou, é somente 1 hora. Desembarcamos no Aeroporto Internacional de El Alto (LPB), que fica em uma cidade próxima à La Paz. Ao sair do terminal de desembarque, procuramos os taxis das cias Aeropuerto 78 ou Rafael Pabon, que são os mais seguros e indicados para o traslado até La Paz. Pagamos US$31 dólares pela corrida até o Hotel Berlina, que fica super bem localizado, no coração de La Paz.
Logo após sairmos do aeroporto, nos deparamos com uma curiosidade, que ainda não havia notado em nenhuma capital de países da América do Sul por onde passei. A maioria das casas e prédios não tem reboco. Confesso que achei curioso, mas também fiquei com pena, porque isso mostra como a população passa por dificuldades. A Bolívia é o país mais pobre que já passei, mas isso não o torna pior que os outros, muito pelo contrário, é um país de cultura riquíssima, porém, um pouco peculiar. Quando visitamos outra cultura, é essencial pesquisarmos para não sermos surpreendidos. Digo isso, porque ficamos hospedadas bem próximo ao Mercado de las Brujas, um dos pontos turísticos mais famosos e estranhos de La Paz.
Quando chegamos ao hotel ainda era dia, deixamos nossas malas e fomos caminhar, sem muita pressa, já que a altitude e as ladeiras da cidade são literalmente de matar. Passamos pelo Mercado de las Brujas e de cara avistamos os fetos de lhamas, bem comuns em todos os cantos. Segundo eles, o feto de lhama serve para dar sorte no trabalho, em viagens ou na casa nova. É uma oferenda à Mãe Terra, cultuada pelos povos indígenas. Para nós, claro que é estranhíssimo, mas para eles, a coisa mais natural do mundo. Eu até fechava o olho para não ver e tampava o nariz, porque o cheiro era bem forte.
Seguimos para a Plaza de San Francisco para procurar uma casa de câmbio e um restaurante para jantar. A noite acontece uma espécie de disputa de Mc’s bem no centro da praça e atrai muitos curiosos. Claro que também ficamos curiosas e acompanhamos um pouco do show, que é demais. Descendo a avenida que passa em frente à praça, paramos no La Casona, restaurante de ambiente agradável e cardápio variado. Acabei comendo salada mesmo, pois, estava um pouco enjoada devida a altitude. Pedimos nossos pratos e pagamos em dólar, já que ainda não havíamos encontrado uma casa de câmbio aberta sábado à noite. Regressamos ao hotel para descansar.

DICA: para não sofrer com o mal da altitude, o remédio mais recomendado é o Sorojchi Pills, mas consulte a bula para ver as contra indicações e se não é alérgico a nenhum componente. Já havia tomado no Peru e para mim não tinha feito mal, então comprei novamente. É um remédio vendido somente em países andinos, portanto, não adianta procurar no Brasil..
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2º dia – CITY TOUR – Mercado de las Brujas, Plaza de San Francisco, Estación Teleferico Central – linea roja, El Alto e Plaza Murillo:
Era domingo, mas acordamos cedo para desbravar La Paz. A área do nosso café da manhã era no 8º andar do hotel e de lá tínhamos uma vista incrível da imponente Montanha Huayna Potosí (pico mais alto da Bolívia – ao fundo na foto), das Cordilheiras dos Andes e de uma boa parte da cidade. Ficamos admiradas com aquela vista de tirar o fôlego!

Nossa primeira parada foi no Mercado de las Brujas, que ainda estava pouco movimento, devida a hora. Neste dia descobrimos que ele começa a ficar mais agitado e com mais barraquinhas quando está próximo ao meio dia. Lá eles vendem de tudo: fetos de lhama, comida nas barraquinhas de rua, souvenir, roupas de frio (baratas e de ótima qualidade), mas acabamos deixando para voltar mais tarde.

Seguimos para a Plaza de San Francisco e enfim conseguimos trocar dinheiro, mesmo sendo domingo. O curioso de La Paz, é que não vi casas de câmbio, mas nas praças tem um pessoal com uma mesinha e um guarda sol escrito CAMBIO.

Fomos para a Estación Teleferico Central – linea roja, de onde partem os teleféricos para a cidade de El Alto. Para quem não sabe, o teleférico é o meio de transporte mais eficiente da cidade e também o mais utilizado. Tiramos muitas fotos no letreiro escrito La Paz que fica em frente à Estación Central e que marca que La Paz está a 3.689 msnm (metros acima do nível do mar).

Milhares de pessoas usam diariamente este meio de locomoção e como era domingo, acho que simplesmente todos os turistas e nativos resolveram usar o teleférico. Estava lotado e a fila dava mil voltas. Umas amigas foram comprar os tickets e eu e uma amiga ficamos guardando nossos lugares na fila. A ida e a volta saíram por $6 BOL. Mais ou menos meia hora depois, conseguimos entrar no teleférico com destino à El Alto, cidade que fica a 4.095 msnm (metros acima do nível do mar).

A pressão é nítida na mudança de altitude. Os ouvidos tampam, o frio e o vento são mais intensos que lá embaixo. No trajeto passamos por cima do Cemitério de La Paz (foto acima), que tem pequenos prédios de 2 ou 3 andares, onde eles engavetam os corpos das pessoas mortas. O trajeto de La Paz até El Alto dura em média 15 minutos o trecho. Ficamos em El Alto curtindo a vista e tirando fotos no letreiro.

Logo depois descemos para procurar algum lugar para almoçar. Em uma rápida pesquisa no Trip Advisor (que sempre nos salva), achamos o Restaurante Fellini, na Zona Sur (parte nobre) da cidade. O restaurante é ótimo. Comemos bem e o preço, apesar de ser na parte mais rica, não era exorbitante. Gostamos e indicamos!

Saindo de lá, pegamos um taxi para regressar ao centro de La Paz para conhecer a Plaza Murillo, onde fica o Palácio do Governo, sede da Presidência da República, mais precisamente, onde o Evo Moralles passa seus dias mandando e desmandando em todo mundo. A praça é bem bonitinha!

É cercada pela Catedral Nuestra Señora de La Paz, pelo Parlamento e o pelo Palácio do Governo (sede da Presidência). Infelizmente, os moradores têm por hábito alimentar os pombos. Existem várias pessoas vendendo comida (milho e pão velho em saquinhos) para os turistas darem a eles, mas sinceramente? Pra mim, os pombos nunca deixarão de ser ratos com asas. Tenho muito medo das doenças que eles podem transmitir. É muito perigoso!

Estava perto das 17:00 e precisávamos voltar a Plaza de San Francisco, na região do Mercado de las Brujas, para fecharmos os passeios do dia seguinte e comprar as roupas de frio, já que tínhamos descoberto que em La Paz as roupas de frio são a preço de banana e de ótima qualidade.
Próximo a Calle Murillo com a Calle Linares fechamos o passeio na Empresa Maya Tours para conhecer o Monte Chacaltaya e o Valle de la Luna por $100 BOL, sem alimentação e nem bebidas incluídas. Saindo da agência fomos comprar as roupas de frio e as toucas. Comprei um casaco impermeável por $100 BOL e um colete por $120 BOL. Assim já estava garantida de que frio não passaria. Antes de voltar para o hotel, jantamos novamente no La Casona e depois passamos numa espécie de “mercadinho” para comprar água e lanches para levar para o Monte Chacaltaya e pro Valle de la Luna no dia seguinte.
3º dia – MONTE CHACALTAYA e VALLE DE LA LUNA:
Acordamos bem cedo e tinha muita névoa e uma cerração bem forte cobrindo La Paz. Exatamente às 08:00 o ônibus da agência passou para nos buscar e partimos em direção ao Monte Chacaltaya. O monte fica a aproximadamente 30 km de La Paz e seu pico pode chegar a 5.421 metros. A estrada é horrível e o motorista tirou uns finos do acostamento que eu pedia à Deus toda hora para chegar viva lá embaixo novamente. hahaha

No local, antigamente funcionava uma estação de esqui, que hoje, encontra-se desativada. Pagamos para o guia o valor de $15 BOL para ter acesso ao Chacaltaya. O ônibus sobe até uma parte, depois temos que seguir a pé pelo caminho indicado. Bem devagar e calmamente fomos subindo e logo estávamos a 5.300 metros acima do nível do mar.

A temperatura estava por volta de -10º, mas mesmo assim o calor vai tomando conta, devido ao mal da altitude. Ele nos confunde em determinadas situações. Não subimos até o topo do monte. Ficamos ali nos 5.300 metros mesmo, brincando na neve e aproveitando o momento, que para algumas, foi a primeira experiência com neve. Foi bem gostoso! Mas não é imperdível não. Para quem já havia visto neve, como eu, poderia ter ficado quietinha em La Paz mesmo. haha

Mas no final das contas foi bacana, o guia nos mostrou algumas coisas interessantes pelo caminho também. Avistamos, mesmo que de longe o Lago Titicaca, o lago navegável mais alto do mundo com 3.821 msnm e outros lugares bem bonitos nos vales que as Cordilheiras vizinhas ao Monte Chacaltaya formam.
De volta à cidade, fomos para o Valle de la Luna. Pagamos novamente $15 BOL para entrar. O local é lindo, para quem gosta de lugares exóticos no mundo, como eu.

A visita não é guiada, mas tem placas de indicação (confesso ter achado elas bem confusas) e a guia nos deu somente 40 minutos de tempo livre para fazer o circuito. Não é suficiente! Deveriam dar no mínimo 1 hora para conhecer tudo com calma!

CURIOSIDADE: na América do Sul existem 4 Vales da Lua: um em La Paz, um no Deserto do Atacama, um aqui no Brasil em Alto Paraíso-GO e um na Argentina. Agora ficou faltando eu conhecer somente o da Argentina. Vou me programar!
Após a visita ao Valle de la Luna fomos para nosso hotel e pedimos pizza. Estávamos muito cansadas e no dia seguinte partiríamos para o próximo destino da viagem.
4º dia – IDA PARA UYUNI:
Nosso dia começou mais tarde. Levantamos dessa vez sem pressa, tomamos café e fechamos as malas. Nosso próximo destino era o Aeroporto Internacional de El Alto (LPB), pois, às 13:30 partiríamos para o tão sonhado Salar de Uyuni. Às 10:30 saímos do hotel e a ida para o aeroporto demorou mais que o dia que chegamos. Mas mesmo assim, chegamos com tempo de sobra para despacharmos nossas bagagens (20 kg é o peso permitido na cia Amaszonas) e comer alguma coisa antes do voo. Antes de ir, todas nós compramos casacos corta vento de ótima qualidade com capuz e que viram colete por $520 BOL numa lojinha do piso superior do aeroporto. Nem em sonho compraríamos uma blusa de frio com tanta qualidade por esse preço aqui no Brasil. Aproveitem também!

POST >> Quer saber como foi minha experiência em Uyuni? Clique aqui!
GASTOS EM LA PAZ:
Câmbio em La Paz: R$1 = $2 BOL
- Passagem aérea (ida) pela cia BoA de SP > La Paz: R$890
- Taxi Aeroporto > Hotel: US$31 dólares pela corrida (3 pessoas)
- Hospedagem (Hotel Berlina – 3 diárias): US$70 dólares por pessoa
- Teleférico (ida e volta): $6 BOL
- Refeição (almoço ou jantar): média de $70 BOL por refeição
- Passeio (Monte Chacaltaya e Valle de la Luna): $100 BOL
- Entrada nos parques (Chacaltaya e Valle de la Luna): $30 BOL ($15 cada)
- Taxi do Hotel > Aeroporto: $200 BOL pela corrida (4 pessoas)
- TOTAL: (+/-) R$1.450 por pessoa
Ola tudo bem? La Paz é encantadora! As casas nao sao rebocadas la por que evitam um imposto alto do governo, as que sao rebocadas ou terminadas pagam imposto bem mais caro!!! Dica imperdivel: fazer o tour a pé oferecido pelos hostels! Sao praticamente de graça por cada um da o valor no final que deseja e sao caminhadas com uma pessoa da comunidade local que levam a todas as atraçoes do centro e da todas as informaçoes importantes!!!
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Olá Marilena! Obrigada por comentar…
O conhecimento é isso, deve ser compartilhado. Com certeza vai engrandecer o post.
Tenha uma excelente semana!
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