4 dias em Bonito – Mato Grosso do Sul

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O próprio nome da cidade já diz muito sobre ela…

Bonito não é só bonito, Bonito é lindo!

Lugar de natureza exuberante, cheia de riquezas bem aos nossos olhos. Quando comecei a cogitar ir para lá, eu achava que sabia toda a beleza que encontraria, mas Bonito superou todas as minhas expectativas.

Uma cidade pequena, muito bonitinha, de moradores educados e preocupados em ajudar o turista. Um lugar que me apaixonei logo no primeiro dia, tanto pelo ambiente, quanto pela culinária. Prepare-se, porque lá você vai ter que comer muito para repor toda a energia que perde nos passeios!

Bonito está situado na região do Pantanal Sul Mato-grossense e por isso, temos que ficar bem atentos a frequente passagem de animais pela pista. Pista, tá aí um lugar que você vai ver muito nesses dias que passar em Bonito. Todos os passeios que fui ficam fora da cidade e você terá que andar de meia hora a 1 hora de carro para chegar até seu destino final.

Nenhum dos passeios oferece transporte incluído, ou seja, vá preparado para alugar um carro em Campo Grande quando chegar ao aeroporto, caso vá de avião. De Campo Grande a Bonito são aproximadamente 250 km (3 horas de viagem) e a estrada é boa, porém perigosa devido a grande travessia de animais silvestres na pista. Se pegar um voo direto para Bonito, tem a opção de alugar carros lá também, mas já aviso que os voos que descem em Bonito são caríssimos.

SOBRE OS PASSEIOS: nossa maior preocupação assim que decidimos ir, foi pesquisar qual era melhor agência para fazermos os passeios. Os preços dos passeios são tabelados, porque em Bonito, vigora a lei do VOUCHER ÚNICO, que unifica o preço do passeio em um ticket só e que já incluí: guia + passeio completo + impostos + a taxa da agência. Então, se quer escolher uma agência, pode usar a indicação que um amigo fez, se ele gostou do atendimento da agência. Alguns dos atrativos ainda te dão a opção do almoço, mas o pagamento é a parte e pode ser efetuado na agência também. E se posso dar uma dica a vocês, peguem o almoço de todos que puderem, porque a comida é MARAVILHOSA. Mais abaixo vou dizer em quais atrativos almocei. Todos os atrativos fornecem gratuitamente as roupas de neoprene, sapatos, óculos e snorkel para as atividades na água.

SOBRE A HOSPEDAGEM: outro ponto que teríamos que nos atentar e procurar logo, era uma pousada com boa localização e bom preço, e foi assim que descobrimos o Hotel Pousada Caliandra. Éramos 4 pessoas e pegamos um quarto quádruplo com 2 camas de solteiro e 1 beliche. A diária de R$250 (dividido por 4) com um café da manhã melhor que de muito hotel caro que já fiquei. A localização é excelente, bem no centrinho de Bonito!

SOBRE O MÊS DA VIAGEM: abril é o mês onde a vegetação estaria verdinha, porém, podem ocorrer pancadas de chuvas, o que não nos atrapalhou. Os chuviscos foram rápidos e que logo em seguida o céu estava azul novamente.

Apesar de muita pesquisa, fomos para Bonito em um período em que corríamos risco de pegar a Lagoa Misteriosa fechada, porque nessa época do ano, uma camada de algas se concentra na superfície da lagoa, atrapalhando a visibilidade para o visitante que quer mergulhar, e foi o que nos aconteceu. Infelizmente tivemos que cancelar o passeio para a Lagoa. Por puro azar, a Lagoa foi liberada para mergulho na semana seguinte. Mas não desanimamos… trocamos o passeio da Lagoa Misteriosa por outros 2 passeios e teremos que voltar a Bonito para realizar esse sonho depois.

PERÍODO DA VIAGEM: 13 à 18 abril de 2016 – outono.

 

Então vamos começar nosso roteiro:

1º dia – CHEGADA A BONITO:

Pegamos um voo no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek – Brasília (BSB) às 19:30 com destino a Campo Grande. Por volta das 20:15 desembarcamos no Aeroporto Internacional de Campo Grande (CGR), lembrando que Bonito tem 1 hora a menos que Brasília.

Alugamos um Renault Duster por 6 dias na Movida por R$768 e dividimos por 4 pessoas. Então, seguimos viagem. Foi bem cansativa, já que é preciso ter atenção à travessia dos animais silvestres na pista, o fato de ser a noite e a estrada ser mal sinalizada atrapalham um pouco. Chegamos a Bonito perto da meia noite e fomos diretamente para o Hotel Pousada Caliandra.

 

2º dia – AQUÁRIO NATURAL e RIO SUCURI:

Acordamos bem cedo para tomar café, porque tínhamos que ir até a Agência Ygarapé acertar o restante dos passeios e pegar os vouchers antes de seguir viagem até o primeiro passeio.

Nossa primeira parada era o Aquário Natural, que fica a 7 km do centro de Bonito. Trilha fácil de 400 metros pela mata e contato com alguns animais como: macaco, anta e outros animais da região.

Aquário Natural
Aquário Natural

O guia Carijó era muito atencioso e engraçado. Nos fez ficar bastante a vontade e nos preparou para a nossa 1ª flutuação em Bonito. A flutuação é de 800 metros pelo Rio Baía Bonita e o passeio todo, dura mais ou menos 2h. Ao final tem uma tirolesa bem legal.

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Aquário Natural

O que eu não imaginava, é que seria tão incrível, como realmente foi. Uma infinidade de peixes e vegetação aquática, simplesmente a experiência mais rica que já tive na natureza. O Aquário tem uma variedade de peixes impressionante e eles nem ligam se você passa colado a eles. Foi sensacional!

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Aquário Natural

Ao final do passeio, eles oferecem um CD com as fotos que foram tiradas no decorrer do passeio. Paguei, mas me arrependi, pois, não consegui salvar nenhuma. A maioria tremida ou fora de foco. Mas a experiência daquela manhã vai ficar gravada na minha memória para sempre.

Do Aquário partimos para o Rio Sucuri, distante 19 km do centro de Bonito. Assim que chegamos, nos identificamos e já fomos para o refeitório para almoçar, já que o passeio seria logo em seguida.

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Nascente do Rio Sucuri

Uma caminhonete adaptada com bancos na carroceria fez o nosso transporte até o começo da trilha de mata ciliar. No caminho a guia foi nos explicando sobre a vegetação alí existente e contando curiosidades do local. A que achei mais legal, foi saber que o Rio Sucuri é a 3ª água mais transparente do MUNDO. Realmente um privilégio conhecer aquele lugar… Durante a trilha conhecemos a nascente do Rio Sucuri e já adianto, é a água mais azul que já vi na vida, e olha que conheço muitos lugares de águas azuis maravilhosas. Depois partimos para a flutuação de 1.900 metros de leve correnteza até o final do passeio. Recomendo muito.

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Flutuação no Rio Sucuri

Retornamos ao hotel e nos arrumamos para jantar. O local que nos foi muito recomentado era o Taboa Bar. Pedi uma parmegiana de carne e estava deliciosa.

Após o jantar fomos conhecer a praça principal de Bonito, a famosa Praça da Liberdade, onde tem o Monumento das Piraputangas. Piraputanga é uma espécie de peixe muito encontrado na região pantaneira.

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Praça da Liberdade – Monumento das Piraputangas

Depois retornamos ao hotel para descansar, pois, as flutuações nos cansam demais e o próximo dia era dia de trilha.

 

3º dia – BOCA DA ONÇA ECOTUR:

Acordamos bem cedo para tomar café, já que às 7 horas da manhã teríamos que estar no carro partindo para a Boca da Onça Ecotur, que fica a 59 km de Bonito, mas precisamente em Bodoquena.

Chegamos ao local pouco antes das 8 da manhã e fomos direto a recepção do receptivo para fazer o check in e pegar o número que representava o nosso grupo com o Guia Alemão. Por volta das 8:30 pegamos um transporte até o início da trilha de 4 km. A trilha inicia bem tranquila, até a parte onde o grupo se divide em quem vai fazer rapel e quem seguirá pela trilha. A plataforma de rapel tem 90 metros de altura e é a maior do país. A vista é incrível e tem um rio passando embaixo, com um vale ao fundo, a coisa mais linda do mundo.

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Plataforma de rapel – vista do alto

Quem não iria descer de rapel, tinha outra possibilidade, descer 886 degraus. Vocês não tem noção do que é não ter mais o comando das suas pernas. Quando cheguei lá embaixo, elas tremiam tanto, que tive que dar uma paradinha estratégica, caso não quisesse cair ou alguma coisa assim. hahaha

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Uma parte dos 886 degraus – Boca da Onça Ecotur

De uma parte da trilha, podemos avistar a principal cachoeira do parque, a Cachoeira Boca da Onça. Ela é grandiosa demais! Maravilhosa!

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Cachoeira Boca da Onça

A grande recompensa ao descer todas as escadas e chegar lá embaixo, é de fato, a Cachoeira da Boca da Onça com 156 metros de altura, simplesmente a mais alta do estado de Mato Grosso do Sul e uma das mais lindas do Brasil. Rende muitas fotos legais… os guias deixam parar um tempo para banho e descansar da escadaria, para depois continuar.

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Cachoeira da Boca da Onça

Seguindo a trilha, passamos por quase 10 cachoeiras incríveis, destacando, além da Cachoeira da Boca da Onça, o Poço da Lontra, Cachoeira do Fantasma e Buraco do Macaco (o banho estava proibido quando fomos, mas pude ver a cachoeira e tirar fotos). Lugares simplesmente sensacionais para quem curte natureza, esportes radicais, trilhas e cachoeiras. Indico muitíssimo!

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Cachoeira do Fantasma
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Boca da Onça Ecotur

Retornando ao receptivo da Boca da Onça, o almoço já estava pronto para nos servirmos. Mais uma vez, a comida estava maravilhosa. Uma variedade grande, mas com gostinho da comida da nossa casa. Isso que mais me encantou na culinária de Bonito. Após o almoço, retornamos para o nosso hotel para descansar e mais tarde sair para jantar.

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Boca da Onça Ecotur – retornando para o receptivo

A pedida do jantar foi o Restaurante Casa do João. O lugar é ótimo e o atendimento sem igual. Eles têm uma lojinha de artesanato regional, doces e souvenir no geral, além do restaurante, claro. Para comer, pedimos uma moqueca e serviu muito bem nós 4. Queria ter experimentado uma sobremesa, mas o jantar não deixou espaço para mais nada… Se você for para Bonito, passe na Casa do João, você não vai se arrepender! Após o jantar, retornamos ao hotel para descansar.

 

4º dia – ESTÂNCIA MIMOSA e NASCENTE AZUL:

Partimos cedo para o nosso próximo destino, a Estância Mimosa.

A Estância fica a 24 km de Bonito, em Bodoquena. O passeio que tem a duração de mais ou menos 3:30, inicia por uma trilha pela mata ciliar do Rio Mimoso num percurso de 1.800 metros, com lindas orquídeas e bromélias pelo caminho. Uma parte do passeio é feito de barco pelo rio com paisagens belíssimas a nossa volta.

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Estância Mimosa

Há contemplação e banho em diversas cachoeiras, ricas em formações de tufas calcárias. No percurso da trilha sobe-se um pequeno morro até um mirante no qual se pode observar a formação da Serra da Bodoquena. É lindo!

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Estância Mimosa

Retornando ao receptivo, um almoço tipicamente sul mato-grossense já nos esperava. Todos os almoços dos atrativos estavam gostosos, mas especialmente o da Estância Mimosa estava excelente. Mas não podíamos enrolar muito, já que teríamos que ir para o próximo passeio.

Então seguimos para a Nascente Azul, que fica a 37 km do centro de Bonito. Chegando lá, já ficamos encantados com o receptivo. É incrível! Tem tirolesa, lago com carpas pretas, tudo muito lindo. Uma pena não termos tempo para aproveitar o local. Mas quero voltar com mais calma. Apresentamos nossos vouchers na recepção e nos encaminharam para o local onde colocamos as roupas de neoprene e começamos a trilha.

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Começo da trilha na Nascente Azul
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Preparando para a flutuação – Nascente Azul

A flutuação começa pela nascente do Rio Bonito e já dá para ver as espécies de peixes e a vegetação subaquática, a bela nascente e depois flutuar pelas águas do Rio Bonito. A flutuação tem duração de 30 a 40 minutos e é perfeita.

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Flutuação na Nascente Azul – as borbolhas ao fundo são da nascente

A dica que dou a vocês é que optem pelo horário da manhã, pois, a água estará mais transparente devida a posição do sol. Fomos a tarde e o sol já não estava favorecendo tanto a luminosidade embaixo água. Após quase 2 horas, chegamos ao final do passeio, retornamos a Bonito para lanchar e depois ao hotel.

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Nascente Azul

Chegando a avenida principal da cidade, a Avenida Pilad Rebuá, resolvemos provar uma iguaria da cidade, o pastel de carne de jacaré. A pastelaria mais recomendada era Pastel Bonito e vocês precisam muito experimentar também. É muito gostoso mesmo! Depois retornamos ao hotel para tomar banho e sair para andar pela cidade.

Fomos jantar no Restaurante Juanita e pedimos o Pacu na Brasa, o prato mais pedido da casa. Estava tudo delicioso, como já de costume em Bonito. Recomendo!

 

5º dia – GRUTA DO LAGO AZUL e RIO DA PRATA:

Nosso último dia de passeios em Bonito começou conhecendo a Gruta do Lago Azul, um dos maiores cartões postais da cidade. Fica a 19 km do centro de Bonito e também fica bem próxima a Gruta de São Miguel. Chegando ao receptivo, temos algumas explicações sobre alguns fatos que poderão ocorrer e como lidar com eles. Nos entregaram capacetes de proteção, pois, a formação das grutas é de estalagmites e estalactites, que podem se soltar e machucar quem não estiver protegido. A trilha de 150 metros até a escadaria de acesso a gruta é bem tranquila, mas logo tem mais escada para descer, fato muito frequente em Bonito, para o desespero dos meus joelhos. São 300 degraus para descer e claro, 300 para subir na volta.

Gruta do Lago Azul
Gruta do Lago Azul

A gruta tem um azul impressionante! Achei a tonalidade bem parecida com a da nascente do Rio Sucuri, mas nesse lago só pode existir contemplação, infelizmente. Cada grupo só pode ficar lá embaixo por 20 minutos. Achei pouco tempo e também esperava mais do passeio. Foi tudo muito rápido e bem antes do almoço já estávamos em Bonito.

Gruta do Lago Azul (2)
Gruta do Lago Azul

Retornando a cidade, fomos almoçar no Restaurante Pantanal Grill. Eu, como toda boa apaixonada por parmegiana, pedi a parmegiana de jacaré. Vocês não tem noção da delícia. Acho que se eu fechar os olhos ainda consigo sentir o cheiro e o gosto dela. DIVINA!

Após o almoço, seguimos para o Rio da Prata, que fica a 50 km do centro de Bonito, em Jardim, outra cidade próxima a Bonito. Chegando ao receptivo, fomos direto vestir a roupa de neoprene. O passeio inicia com uma trilha de 2.000 metros.

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Flutuação – Rio da Prata

Chegando à nascente do Rio Olho D’Água, inicia-se a flutuação de 2.000 metros onde é possível contemplar os “vulcões” (ressurgência de água que “borbulha” constantemente no fundo e levanta uma poeira na água cristalina).

Vulcões
Rio da Prata – vulcões

Uma enorme variedade de peixes e vegetações até o encontro com o Rio da Prata, onde se tem a opção de continuar fazendo a flutuação por mais 500 metros ou finalizar no barco de apoio. O passeio dura em torno de 3 horas e é muito válido!

Rio da Prata
Rio da Prata
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Flutuação – Rio da Prata

Retornamos a Bonito e passamos na Allegra para experimentar famosos os sorvetes e cappuccinos, para só depois ir para o hotel arrumar nossas malas. Na madrugada partiríamos para Campo Grande, já que nosso voo de volta para Brasília era bem cedo.

 

6º dia – VOLTANDO PARA CASA:

Às 3 da manhã seguimos em direção a Campo Grande. Cansados, porém felizes com os dias maravilhosos que Bonito nos proporcionou…

Chegamos ao aeroporto, devolvemos o carro e partimos no voo das 07:50 da manhã com destino à Brasília. E assim foi mais uma viagem concluída com sucesso!

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Tabela de passeios (alguns com almoço) e valores:

DATA: PASSEIO: DURAÇÃO: VALOR:
14/04/2016 Flutuação no Aquário Natural Meio dia R$ 170
14/04/2016 Flutuação no Rio Sucuri + almoço Meio dia R$ 156
15/04/2016 Boca da Onça + almoço Dia todo R$ 183
16/04/2016 Estância Mimosa + almoço Meio dia R$ 140
16/04/2016 Flutuação na Nascente Azul Médio dia R$ 136
17/04/2016 Gruta do Lago Azul 1 hora R$   45
17/04/2016 Flutuação no Rio da Prata Meio dia R$ 156
  R$ 986

 

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